A Comissão de Proteção Radiológica do CBR (CPR), com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Associação Brasileira de Física Médica (ABFM), Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), realizou o Workshop de Justificação, Otimização e Qualidade em Tomografia, na semana de 23 a 27 de janeiro, na sede do CBR, em São Paulo (SP), com atividades presenciais e virtuais, além de visitas a hospitais do projeto Níveis de Referência Diagnóstica do Brasil.
Na oportunidade, foram aplicadas incríveis práticas clínicas interativas pelo Prof. Dr. Mannudeep Kalra, do Massachusetts General Hospital (Boston/EUA), Especialista da AIEA, com discussões de casos, palestras fantásticas e metodologia de educação interativa e a participação de uma equipe multiprofissional de médicos, radiologistas, tecnólogos, físicos e gerentes hospitalares. O evento foi transmitido, originalmente, no idioma inglês, com tradução simultânea para o português e o espanhol.
Dr. Kalra realiza análises e orientações para o projeto Níveis de Referência Diagnóstica para o Brasil em Tomografia Computadorizada pediátrica e adulta, com publicações submetidas a periódicos internacionais. O projeto está sendo expandido para a América Latina, com o apoio da Dra. Martha Edith, do Grupo de Estudos de Proteção Radiológica (Latin Safe) e da Dra. Tatiana Fazecas, da Sociedad Latinoamericana de Radiología Pediátrica (SLARP).
Participaram do encontro virtual, mais de 340 profissionais de várias partes do Brasil, além de representantes de entidades médicas brasileiras, hospitais e universidades, entre eles: Conselho Regional de Técnicos de Radiologia; Comitê do Programa de Qualidade do Colégio Brasileiro de Radiologia; Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear; Hospital Sírio Libanês, de São Paulo (SP); Hospital Unimed-Recife (PE); Hospital Miguel Soeiro e Unidade Zona Norte da Unimed de Sorocaba, ambos de Sorocaba (SP); Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/SP); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP); Hospital Universitário do Albert Einstein.
Durante o workshop foram realizadas quatro visitas presenciais a diferentes hospitais em São Paulo (SP) uma, no Rio de Janeiro (RJ).
Aprimorar o conhecimento
A aplicação de questionários aos participantes na atividade online foi uma oportunidade de aprimorar o conhecimento nos conceitos de grandezas de dose de radiação DLP, CDTI, parâmetros técnicos e recursos de tecnologia dos equipamentos de tomografia e o princípio de justificação. “Atividades educativas podem ser aplicadas em educação continuada pela CPR e demais sociedades, e certamente contribuirão para a otimização das doses e justificação dos exames. A correta justificação dos exames de tomografia para os pacientes permite melhor indicação dos procedimentos, otimização das doses, além de redução dos custos operacionais, redução da exposição à radiação e ajustes de protocolos desses exames pela equipe técnica”, disse Dr. Kalra.
Dr. Kalra ressalta algumas recomendações como a necessidade da equipe técnica conhecer os recursos de redução de dose dos equipamentos – como, por exemplo, reconstrução iterativa -, uso de modulação de corrente e ajuste de variáveis técnicas (tensão do tubo, mAs, espessura, extensão da exposição e colimação). A redução do número de fases em exames de tomografia computadorizada, reavaliação de protocolos com base na indicação clínica, peso e altura do paciente para adultos, faixa etária e justificação do exame para crianças, foram destacadas pelo especialista. A atualização dos equipamentos e aplicação de recursos atuais de inteligência artificial também foram mencionadas.
“Existe uma grande oportunidade de otimizar as doses de radiação em alguns exames de tomografia, segundo a análise da pesquisa no Brasil liderada pela Dra. Mônica Bernardo, principalmente em tomografias de abdôme, com redução do número de fases, seguindo as recomendações existentes nos Estados Unidos e na Europa, de protocolos de acordo com a indicação clínica e tamanho do paciente. Após esta otimização, será possível estabelecer os Níveis de Referência para o Brasil. Alguns hospitais podem ser referência e multiplicadores para outros. Novos hospitais devem ser agregados ao projeto NRD Brasil para termos aumento da amostra no país”, afirma o Prof. Mannudeep Kalra.
O workshop contou com o apoio do Dr. Adelanir Barroso, representante da SBMN, Marcel Zago e Rochelle Lykawka, físicos médicos especialistas e, respectivamente, presidente e diretora da ABFM, além da participação de membros da CPR e do CBR.
Estiveram presentes também, a Dra. Maria Camila Lunardi do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP); Dr. Ruy Guimaraes (PADI); Mario Manduca, do Conselho Nacional do Técnicos em Radiologia (CONTER); Dr. Flávio Morgado (PUC/SP); Renato Dimenstein (ABFM), Dr. Felipe Kiipper (Hospital Sírio Libanês), Dra. Dolores Bustelo (SBP/CBR) e Dr. Ronaldo Baroni (Diretor-Científico do CBR).
O evento foi organizado pela CPR, com supervisão da Dra. Monica Bernardo, também supervisora do projeto NRD Brasil e do Dr. Alair Sarmet Santos, atual coordenador da CPR.
As palestras completas dos cursos realizados nos dias 24 e 26 de janeiro estarão disponíveis on demand, no site do CBR.
Novos cursos da AIEA/CNEN já estão sendo preparados pela CPR para este ano. Aguarde!
Participe deste projeto. Inscreva-se https://www.nrdbrasil.com.br/ .
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