30 de junho de 2022 - Leandro Conceicao

Ultrassom Dermatológico: perspectivas e desafios em pauta em webinar promovido pelo CBR

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Ultrassom Dermatológico na Atualidade: este foi o tema do Webinar Ultrassom de junho promovido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Julia Zavariz, médica radiologista especialista em ultrassonografia, professora e pesquisadora, apresentou um panorama da área, em conversa com Harley de Nicola, coordenador da Comissão Nacional de Ultrassonografia no CBR. Realizado na terça-feira (28/06), o webinar está disponível no Workplace e canal oficial do Colégio no Youtube (assista na íntegra abaixo).

Julia Zavariz definiu o ultrassom dermatológico como “um assunto novo, muito em voga e que tem bastante chão a ser trilhado pela frente”. “A gente ainda está no crescimento dessa ‘onda’. Então, se você está pensando se é uma boa hora [para se especializar na área], certamente a hora é agora. É a hora em que a gente está decidindo isso como especialidade, a questão da remuneração. Fora você começar a fazer um nome enquanto vai adquirindo conhecimento e crescendo, começar a se tornar uma referência. Já vi muitos alunos se tornarem referências. Então, para quem pensa em se especializar, meu conselho é fazer isso agora”, avaliou.

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Harley de Nicola e Julia Zavariz durante o webinar / Foto: Reprodução

A especialista afirmou que o crescimento da área decorre do avanço tecnológico acentuado nos últimos anos. “A tecnologia trouxe uma melhora grande de processadores de imagem e o desenvolvimento de sondas que atingem maiores frequências. A gente fala hoje, no universo da pesquisa dermatológica, em 70 MHz. Ainda é uma realidade distante, mas, no Brasil, a gente tem hoje pessoas que portam aparelhos com sonda de 33 MHz e realizam estudos muito interessantes”, afirmou.

“Para você ser completo dentro do ultrassom dermatológico, o ideal é ter uma sonda de 24 MHz, 22 MHz, e as outras também, porque é natural neste tipo de exame que a gente troque muito de sonda ao longo da execução. Então, ter de 18 MHz, de 15 MHz… E, se possível, também formatos diferentes, pelo menos um, idealmente de 18 MHz, para áreas de superfície irregular”, continuou Julia Zavariz. “Para o profissional, em todo esse contexto, é preciso entender a necessidade de atualização, o que implica em tempo, investimento e interesse em aprender.”

Como um segmento relativamente novo, o ultrassom dermatológico enfrenta desafios relacionados a fatores como custos e cobrança de operadoras de saúde e pacientes, também abordados no webinar.

Pedido incorreto de exame é problema comum no ultrassom dermatológico

Outra dificuldade comum no ultrassom dermatológico é o pedido de exame feito de maneira incorreta pelos médicos das demais especialidades. “É um problema. Muitas vezes [o pedido de exame] chega sem discriminar toda essa diversidade de patologias. E aí, não tem como direcionar muito bem para quem vai fazer esse exame. É uma questão de muitas nuances”, afirmou Julia Zavariz. A especialista afirmou que “ultrassom de partes moles”, como a solicitação comumente é feita, “é um termo muito genérico, nem existe na Tabela TUSS (Terminologia Unificada da Saúde Suplementar)”.

Harley de Nicola destacou: “Essa é uma questão importante. Sempre quando surge um método mais novo, um exame mais novo, acontece isso”. Ele citou exemplos: “Existia a questão do doppler colorido, doppler preto e branco… Mais recentemente, o mapeamento para endometriose, tinha gente que só pedia transvaginal e mais nada. E agora acho que está acontecendo com o ultrassom dermatológico também”.

O coordenador da Comissão Nacional de Ultrassonografia no CBR observou também que “talvez tenha uma complicação do ultrassom dermatológico porque você tem as patologias propriamente ditas e tem os procedimentos estéticos. São duas coisas que precisam ser ensinadas aos solicitantes”.

Julia Zavariz afirmou que o índice de pedidos incorretos de exames chega a “80%, 90%” e definiu a busca pela conscientização dos colegas de outras especialidades como um “trabalho de formiguinha”. “Quando possível, peço para [o paciente] entrar em contato com o médico e trocar, explicar que precisa trocar para fazer um planejamento adequado de marcação. Para você decidir qual máquina vai alocar, qual médico vai alocar, na marcação, precisa discernir se é um exame mais simples ou não”, declarou. “Como eu sei que isso não é viável sempre, faço o exame como partes moles e, normalmente, faço o laudo e coloco embaixo uma observação: ‘caro colega, para adequado agendamento do seu pedido, nos exames futuros, solicite… e falo o termo correto.”

Webinar Ultrassom CBR

Sempre com o objetivo de estimular a aprendizagem, o CBR promove o Webinar Ultrassom uma vez por mês. Quem acompanha ao vivo pode enviar perguntas e interagir com os participantes. Os vídeos ficam disponíveis no Workplace e no canal oficial do CBR no Youtube. Assista ao webinar sobre Ultrassom Dermatológico no vídeo abaixo:

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