Está chegando a 49ª edição do Congresso Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Com o evento, muitas novidades para a comunidade radiológica. A programação científica do congresso, tradicionalmente, tem excelente qualidade e com renomados professores nacionais e internacionais, o que se manteve nesta edição totalmente online.
Mas, além da programação científica, serão mais de 40 atividades entre os dias 4 e 11 de outubro. Entre os inúmeros destaques estão as Arenas Futuro e Humanidades e Ponto e Contraponto. Tratam-se de atividades específicas que acontecerão somente no final de semana, 10 e 11 de outubro, com propostas inéditas nos congressos realizados pelo CBR.
A Arena Ponto e Contraponto trará grandes polêmicas da Radiologia. A atividade parte da ideia de que opiniões distintas que geram pontos de vista diferentes sobre abordagens e procedimentos devem ser colocadas em discussão. Tais polêmicas estarão em destaque, no palco digital do CBR20, com dois especialistas no assunto, cada um com sua visão, além do moderador, já que os debates prometem ser “acalorados”.
E o melhor: o público poderá participar por meio de chat, enviando dúvidas e comentários. Para conhecer os temas que serão debatidos e suas respectivas datas e horários, consulte a programação completa no site do CBR20.
Já a Arena Futuro e Humanidades, que terá 18 painéis, conta com a curadoria do Dr. Giuseppe D’Ippolito e traz temas que vão além do aspecto técnico da especialidade, proporcionando novos olhares e perspectivas aos radiologistas.
Em entrevista ao CBR, o Dr. Giuseppe detalha a atividade e como tem sido a sua preparação. Confira!
Dr. Giuseppe D’ Ippolito
Como surgiu o convite para fazer a curadoria da Arena Futuro e Humanidades?
Surgiu da necessidade de ampliarmos o campo de visão e atenção da nossa especialidade, indo além de aspectos técnicos, científicos ou empresariais e contemplando temas relevantes da nossa atividade profissional e pessoal, mas frequentemente esquecidos ou marginalizados. Muito antes da pandemia já sentíamos a necessidade de estender o nosso olhar para aspectos humanísticos e que tem um forte impacto na nossa capacidade de exercer a profissão e no nosso papel na sociedade. O período de isolamento e recolhimento só fez aumentar a necessidade desta reflexão.
Na sua opinião, qual o ganho dessa atividade totalmente nova no Congresso Brasileiro de Radiologia, já que não tínhamos uma programação para falar de temas como esses nos eventos anteriores?
Esta atividade, abrigada em um horário especialmente dedicado a ela [nos dias 10 e 11 de outubro, sábado e domingo de manhã], se reveste de protagonismo, trazendo para o centro do palco temas relevantes e que podem nos fortalecer quando forem explorados e aprofundados. Acredito que este olhar mais “holístico” da nossa atividade é um ponto de atenção principalmente para as novas gerações, expostas à grandes desafios, e que precisará de muitas das ferramentas e competências disponíveis para se realizar dentro de um contexto maior.
Como tem sido o seu trabalho como curador desses temas e de alinhamento com os palestrantes e painelistas?
A busca por tema e protagonistas que possam realmente agregar conhecimento e provocar reflexões tem sido uma atividade desafiadora, mas muito gratificante. O fato de o evento ser online certamente facilita a participação dos palestrantes e moderadores. Neste sentido, temos tido um excelente retorno, não somente no que tange à participação de colegas com os mais diversos perfis, mas também no sincero entusiasmo demonstrado para integrar esta atividade inovadora e tão necessária. Lembro, inclusive, que muitos painelistas não são radiologistas ou médicos de outras especialidades. Buscamos uma diversidade de competências para enriquecer o debate.
Entre os painéis, alguns temas se destacam mais entre os radiologistas?
Ao todo são 18 temas, com três sessões diárias de 1 hora por tema, todos desenhados pensando na comunidade radiológica, mas que também interessam a qualquer outra atividade profissional. O congressista terá três opções de tema por horário e poderá complementar a sua participação assistindo posteriormente os vídeos daquelas mesas redondas que não conseguiu acompanhar. Dito isto, procuramos escolher tópicos que estejam inseridos na nossa realidade cotidiana e que de alguma maneira tragam inquietude, curiosidade ou apenas um legítimo interesse. Acredito que temas como burnout, home office, negociação, emigrar para o exterior, ano sabático, conflito de gerações, a mulher na Radiologia, produtividade, marketing pessoal e o futuro da Radiologia, entre muitos outros temas, discutidos em mesas redondas moderadas e compostas por colegas experientes, farão da Arena Futuro e Humanidades uma concorrida sala de visitas.
Como os painéis pretendem contribuir com o congressista, isto é, que “marca” será deixada após o painel no médico radiologista que participou?
Se podemos falar em legado, esperamos que a construção desta Arena de Futuro de Humanidades seja uma oportunidade para facilitar uma abordagem mais integrativa da nossa atuação profissional [mas não somente] e que ultrapassa os limites da técnica e da ciência, como entendemos. A “marca” da Arena será aquela que os participantes elegerem após vivenciá-la.
Como radiologista e membro do Colégio, sempre em colaboração com a instituição, como você enxerga a “Virada Digital CBR”?
Com a disseminação de ofertas de conteúdo técnico e científico e bases digitais, amplamente acessíveis e frequentemente gratuitas, temos nos perguntado qual seria o papel do Congresso Brasileiro de Radiologia hoje e no futuro. Alguns verbos me vêm à mente: inovar, expandir, integrar, provocar, refletir, compartilhar, aprimorar. O combustível para transformar estes verbos em substantivos pode ser e será o Congresso Brasileiro de Radiologia.
Qual mensagem você deixa para o radiologista neste momento?
Participem do CBR 2020 e descubram novos caminhos para se realizar.