13 de março de 2025 - Thiago Braga

Médica que divulgou fake news sobre câncer de mama é interditada pelo CFM

O Conselho Federal de Medicina (CFM) determinou a interdição cautelar total da médica Lana Tiani, que, no ano passado, divulgou informações falsas sobre o câncer de mama em seu perfil nas redes sociais. A penalidade foi publicada no Diário Oficial da União em 20 de fevereiro de 2025.

A interdição ocorre após um processo ético-profissional instaurado pelo Conselho Regional de Medicina do Pará, em decorrência das declarações da médica, que chegou a afirmar que o câncer de mama “não existe”. Em seus conteúdos, ela também alegou que a mamografia causa lesão nas mamas e que exames de rastreamento seriam prejudiciais à saúde. Além disso, desqualificou a campanha do Outubro Rosa, que tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância da detecção precoce da doença.

Ação do CBR – Paralelamente, o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) ajuizou uma ação civil pública contra Lana Tiani, denunciando a divulgação de informações falsas sobre o câncer de mama e solicitando a remoção do conteúdo enganoso. No dia 1º de novembro de 2024, a 9ª Vara Cível e Empresarial de Belém (PA) concedeu liminar favorável ao CBR, determinando que a médica removesse imediatamente os vídeos e anúncios de tratamentos sem comprovação científica.

Relembre o caso: CBR consegue liminar contra medica que divulgou fake news sobre cancer de-mama

Além disso, a decisão judicial proibiu a profissional de afirmar que a mamografia é prejudicial à saúde, reforçando que suas declarações representavam um grave risco à população. A liminar destacou que a conduta da médica promovia a descredibilização dos métodos científicos de diagnóstico e tratamento do câncer de mama, expondo mulheres a riscos irreversíveis.

Interdição e consequências – Com a interdição cautelar imposta pelo CFM, Lana Tiani fica impedida de exercer a medicina em todo o território nacional até que o processo ético-disciplinar seja concluído. Essa medida visa proteger pacientes e combater a disseminação de informações inverídicas e sem respaldo científico.

O CBR reitera seu compromisso com a disseminação de informações baseadas em evidências científicas e reforça que o rastreamento mamográfico é fundamental para a detecção precoce do câncer de mama, contribuindo para a redução da mortalidade pela doença.

A entidade continuará atuando para garantir a defesa da boa prática médica e a segurança da população.